A transição menopausal (TM) não pode ser considerada apenas como um período de parada da menstruação associada a ocorrência ou não de ondas de calores. Sem dúvida os processos hormonais e metabólicos envolvidos determinam mudanças que impactam a saúde feminina. Minhas pacientes sabem o quanto eu falo da janela preventiva entre os 40 e 50 anos. Dentre os impactos, um dos principais é o risco aumentado para doenças cardiovasculares (DCV). Vejam as evidências respaldadas na pesquisa científica:
– Menopausa antes dos 45 anos é um marcador de risco para DCV.
– Mulheres jovens com menopausa induzida ou retirada dos ovários de maneira precoce tem maior risco de DCV
– Ondas de calor associam-se a pior fatores de risco cardiovascular e podem indicar placas de gordura nos vasos arteriais.
– Distúrbio do sono, muito frequente na TM, esta associado a um maior risco de DCV.
– Distúrbios emocionais e depressão, frequentes na TM devido a ondas de calor, estão relacionados a maior chance de DCV.
– Ganho de gordura central (na barriga) e diminuição de massa magra, ambas comuns na TM aumentam o risco de DCV e mortalidade, INCLUSIVE naquelas com peso normal.
– Aumento de colesterol e do risco de síndrome metabólica são mais influenciados pelos impactos da TM do que pelo envelhecimento.
– Apesar destes dados, muitas mulheres subestimam este período. Estudos demonstram que menos de 10% realizam exercícios físicos na quantidade e qualidade recomendadas e menos de 20% mantem uma alimentação saudável  recomendada. Importante entender a TM e discutir com seu médico todas as opções preventivas e terapêuticas para diminuir o seu impacto na saúde cardiovascular e geral.

Dr. Marcelo Steiner
Ginecologista e Obstetra
CRM-SP: 109535